Renata Gil foi convidada para explicar o fenômeno “X” na mão que tem mobilizado o Brasil no combate à violência doméstica
A maior estratégia de enfrentamento à violência contra a mulher – campanha Sinal Vermelho – tem despertado o interesse de estudantes que vão fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (ENM) entre os dias 21 e 28 de novembro. Para preparar os candidatos, o Curso Escreva realizou live no próprio perfil no Instagram com a presidente da AMB, Renata Gil. O objetivo foi abordar a temática que pode ser cobrada na redação do Enem.
No início da conversa com a professora Elaine Antunes, Renata Gil destacou que o Brasil é o 5º país mais violento do mundo para mulheres, atrás apenas de nações que não cumprem Tratados Internacionais de Direitos Humanos.
“É necessário que o Brasil enfrente esse problema de forma séria. Apesar disso, temos a 3º melhor lei do mundo de combate à violência contra a mulher. Atualmente, o maior legado legislativo que deve mudar essa triste realidade é que a partir desse ano será obrigatório que todas as escolas tenham material em sala de aula para discutir violência contra mulher. Agora começamos a mudar a realidade porque formaremos crianças e jovens com a ideia de que as mulheres têm direito a ser quem elas quiserem, a comer e a se vestirem como quiserem”, ressaltou.
Entre as leis que têm sido apresentadas e aprovadas para combater todos os tipos de violência contra a mulher, a presidente da AMB destacou a que adere, em todo território nacional, a Campanha Sinal Vermelho, idealizada pela entidade em conjunto com o Conselho Nacional de Justiça.
“Temos que acabar com esse cenário em que 1 a cada 4 mulheres sofreu algum tipo de violência. Com a nossa Campanha, estabelecimentos comerciais, órgãos e entidades públicas, por exemplo, acionam a polícia quando recebem o sinal silencioso das vítimas, caracterizado pelo X vermelho na palma das mãos”, explicou.
Quando questionada sobre o motivo de o Brasil estar tão atrasado quanto à proteção de mulheres, Renata Gil destacou que o primeiro obstáculo é o machismo estrutural.
“Esse machismo vem sendo repetido durante várias gerações e precisa ser combatido com ações afirmativas, políticas públicas que trabalham o fortalecimento da figura feminina. Ainda temos poucos recursos públicos canalizados para igualdade de gênero e combate à violência contra mulher, por isso falta estratégia nacional de combate à violência contra a mulher, já sugerida pela AMB ao governo federal. Mas antes precisamos urgentemente de um trabalho de conscientização e educação para romper esse ciclo de aceitação. Além de tudo isso, é preciso que o Sistema de Justiça seja confiável para mulheres”, ressaltou.
Carlos Ribeiro (Ascom)