Presidente da AMB foi destaque no Prêmio Mulheres do Ano da Emerj também pela proatividade junto à magistratura
A presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Renata Gil, recebeu, nessa quarta-feira (30) o Prêmio Mulheres do Ano da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ), realizado de forma híbrida, que denotou o reconhecimento da entidade ao empenho e às lutas da magistrada em prol da Justiça brasileira e no enfrentamento de situações, que afligem a sociedade, a exemplo da violência doméstica, por meio da campanha Sinal Vermelho, de combate às agressões contra a mulher.
“Temos que ouvir essas vozes e mudar a concepção da história. Estou surpresa e vou guardar com muito carinho, no fundo do meu coração, tudo que ouvi hoje nessa homenagem, disse emocionada a presidente da AMB.
A premiação ocorreu em comemoração ao centenário de Romy Medeiros, advogada, natural do Rio de Janeiro, que dedicou parte da vida aos direitos das mulheres. No dia 30 de junho, ela completaria 100 anos de idade.
“Essa é a nossa juíza exemplar”, disse a desembargadora Myriam Medeiros, filha de Romy, ao falar da presidente da AMB e ressaltar a importância da ação da magistrada e, em especial, da campanha Sinal Vermelho, voltada ao combate da violência doméstica.
Para a diretora-geral da Escola, desembargadora Cristina Tereza Gaulia, “Renata Gil é uma líder, uma incansável na luta pela magistratura, pelos direitos das mulheres”.
Designada a agraciar mulheres céleres, a presidente da AMB ressaltou, primeiro, a figura de Ruth de Souza (1921-2019), considerada primeira atriz negra a se projetar na dramaturgia brasileira. A fala foi não só para enaltecer o talento nos palcos e na televisão. “O mais bonito é que ela se indignou com os papéis até então delegados às mulheres negras. Ela ouviu que nunca seria uma atriz por causa da cor da pele. E hoje ela é uma atriz viva. Fico agradecida pela sua história, obrigada Ruth Souza”, expressou.
A segunda homenageada por Renata Gil foi a ativista dos Direitos Humanos, fundadora do Projeto Juca e do Coletivo Rua Solidária, ambos com estratégias voltadas às pessoas em situação de rua. O detalhe na história de Vânia, como ressaltou a magistrada, é que a militante que morou nas ruas, é conhecedora da luta que abraçou.
Para um público maioritariamente formado por profissionais do Direito, Vânia ficou à vontade para falar de responsabilidade social, de leis e de sonhos. “Estou sentada juntamente com mulheres maravilhosas e incríveis, que quando eu estava na rua, com meu papelão, sonhava em estar em ocasiões parecidas. Em todos os sonhos que tive na rua, isso foi algo que ninguém nunca tirou de mim. Eu fechava os olhos e sonhava em estar em um momento de glória como o de hoje”, afirmou.
O objetivo é que a iniciativa seja anual. Além da presidente Renata Gil receberam o Prêmio Mulheres do Ano: as desembargadoras Daniela Brandão Ferreira e Ivone Ferreira Caetano; as juízas Maria Aglaé Tedesco Vilardo, Claudia Maria de Oliveira Motta, Adriana Ramos de Mello; a professora e escritora Amara Moira; a advogada Deborah Prates e a atriz e psicóloga Maria Paula Fidalgo.
Receberam homenagens póstumas: a Ialorixá Maria Nazaré, mais conhecida como Mãe Menininha do Gantois (1894-1986); a poeta Cecília Meireles (1901-1964); a artista plástica Tarsila do Amaral (1886-1973) e a enfermeira Anna Nery (1814-1880).
Daiane Garcez (Ascom)