Mais da metade das entrevistadas disseram conhecer a campanha
Mais de 60% das três mil mulheres de todo o país entrevistadas pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) disseram conhecer a campanha Sinal Vermelho, criada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). O levantamento inédito feito pela instituição faz parte de um trabalho interno sobre a violência contra a mulher.
A pesquisa, intitulada “Mulheres, Preconceito e Violência”, foi realizada em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) entre 19 de fevereiro a 2 de março. A violência, o assédio, o feminicídio, a desigualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres estão entre os principais problemas apontados pelas entrevistadas.
Quando o assunto é violência, mais da metade informaram ter visto ou tomado conhecimento de mulheres próximas que sofreram algum tipo de agressão (física, verbal, sexual). Quando questionadas por que ainda há esse tipo de atitude, a resposta machismo foi apontado por 31% como um dos principais motivos, seguido de ciúmes (19%), do sentimento de posse (10%), da não aceitação do fim de um relacionamento (7%) e da restrição à independência profissional, econômica, social ou intelectual da mulher, manifestação de desprezo pela mulher (4%).
Passa dos 50% também o percentual das que declararam ter sido vítimas ou ter presenciado algum tipo de comportamento preconceituoso ou discriminatório. Apesar de oito em cada dez participantes afirmarem estar insatisfeitas ou muito insatisfeitas com a forma como as mulheres são tratadas no Brasil, 69% reconhecem que as mudanças feitas ao longo dos últimos anos – a exemplo da Lei da Penha -, representam uma contribuição para se alcançar a igualdade e inibir os agressores.
Sinal Vermelho
Há dois anos a AMB lançou a campanha Sinal Vermelho de combate à Violência contra à Mulher em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A iniciativa caracteriza-se como o desenho de um x vermelho na palma da mão como símbolo de pedido de socorro.
Desde então, as vítimas têm feito uso desse sinal junto aos parceiros da campanha (estabelecimentos comerciais, bancos, instituições públicas e outros) para sair de situações de agressão. A campanha além de se tornar lei federal é tema de legislações em dezenas de estados e municípios.
Para conferir outros detalhes do levantamento feito pela Febraban, clique aqui.
Daiane Garcez (Ascom)